O Verdão começou o torneio muito mal. Nas cinco primeiras rodadas, perdeu para Flamengo, Internacional, Cruzeiro e Bahia e arrancou um empate do América-RJ. Ao relembrar a campanha do título, o JT de 8 de dezembro de 1969 trazia um texto que dizia que o “Palmeiras era um amontoado de jogadores cansados por uma excursão à Europa.”
A diretoria, no entanto, bancou o técnico Rubens Minelli mesmo depois de ele perder três jogos seguidos – era praxe demitir quem acumulasse tantos resultados negativos. E o Verdão venceu a sua própria crise. O time foi engrenando e encerrou a primeira fase na liderança do Grupo B.
Minelli conseguiu tirar o melhor dos seus jogadores. Leão fechou o gol. O zagueiro Nélson começou a jogar com mais firmeza. O tripé do meio de campo formado Dudu, Ademir da Guia e Jaime parecia jogar por música e, no ataque, César Maluco não parava de fazer gols.
Assim, o Palmeiras chegou embalado no quadrangular final contra Botafogo, Cruzeiro e Corinthians. Na última rodada, o Timão era o líder, com três pontos, um a mais do que Verdão e Cruzeiro, e foi a Belo Horizonte enfrentar a Raposa. O Palmeiras recebeu o Fogão no Morumbi.
Como era de se esperar, o time de Minelli venceu por 3 a 1. O problema é que o duelo entre Corinthians e Cruzeiro começou 32 minutos depois do jogo do Morumbi. Aí, o que se viu no vestiário foi muita apreensão e nervosismo. Colados a radinhos de pilha, todos os jogadores acompanhavam cada lance do jogo no Mineirão.
O desespero bateu quando Rivellino fez um gol e empatou o jogo em 1 a 1. Para piorar, o zagueiro da Raposa Darci Menezes foi expulso. Foi então que, aos 28 minutos do segundo tempo, Dirceu Lopes desempatou. Festa no Mineirão e no Morumbi. Palmeiras campeão no saldo de gols. Os jogadores saíram em carreata rumo ao Palestra Itália, onde foram recebidos com fogos de artifícios e gritos de “Corinthians freguês”.
O relato de Ademir da Guia: ‘Eu estava inspirado’
Estávamos acostumados a jogar contra equipes de São Paulo e Rio, mas quando passamos a enfrentar times de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul ficou muito mais difícil. O estilo de jogo deles era diferente do nosso, por isso aquele Robertão foi tão complicado. Começamos mal, mas fomos melhorando ao longo da competição e fizemos um belo quadrangular final. Para sorte minha e do Palmeiras, na decisão contra o Botafogo eu estava inspirado. Nunca fui de fazer muitos gols, mas naquele dia as oportunidades surgiram e eu marquei dois. O Botafogo tinha um timaço, mas jogávamos em casa e com a força da nossa torcida matamos o jogo já no primeiro tempo.
Ademir da Guia tem 68 anos e está aposentado
Veja também esse vídeo deste time em 1970
Fonte: JT
Nenhum comentário:
Postar um comentário